Sindicato pede demissão da administração do SUCH e marca greve para 27 e 28 de Agosto

SUCH 640Depois de se ter comprometido a apresentar uma proposta de aumentos salariais, a administração do Serviço de Utilização Comum dos Hospitais veio recusar discutir qualquer proposta que implique despesas. A resposta será dada pelos trabalhadores, sob a forma de greve nacional, nos dias 27 e 28 de Agosto.

Comunicado de imprensa da Federação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal:

ADMINISTRAÇÃO DO SUCH DÁ O DITO POR NÃO DITO E RECUSA QUAISQUER AUMENTOS SALARIAIS
Greve nacional dias 27 e 28 de agosto

Realizou-se ontem uma reunião com a administração do SUCH tendo em vista a revisão do Acordo de Empresa cuja proposta foi apresentada ao SUCH em novembro de 2019, tendo sido esta a terceira reunião de negociações.

A administração do SUCH tinha-se comprometido com a FESAHT na última reunião em apresentar uma proposta de aumentos salariais e a dar uma resposta às demais propostas reivindicativas da FESAHT.

Ontem, os representantes sindicais foram surpreendidos com a postura da administração do SUCH ao afirmar que recusa discutir qualquer proposta que implique despesas.

Esta decisão do SUCH é uma afronta aos trabalhadores, dado que a esmagadora maioria destes recebem apenas o salário mínimo nacional.

Além disso, com esta posição, o SUCH recusa também a compensação complementar decidida na Assembleia da República para os trabalhadores do SNS, sendo que os trabalhadores do SUCH foram equiparados aos funcionários públicos, designadamente os que trabalham nas cantinas, lavandarias, resíduos e manutenção hospitalar.

Por outro lado, as condições de trabalho continuam horríveis e violentas para estes trabalhadores, devido à falta de pessoal, às condições obsoletas dos equipamentos e instalações, à ausência de proteção devida dos trabalhadores e testes de despistagem da Covid-19.

Os trabalhadores têm desenvolvido lutas em todas as unidades a nível nacional, mas a administração do SUCH não dá ouvidos aos trabalhadores e seus representantes.

Com este comportamento de desprezo pelos trabalhadores e falta de medidas, a administração do SUCH não tem condições mínimas para continuar a dirigir este serviço comum dos hospitais, pelo que o Ministério da Saúde deve demitir a mesma.

A greve que terá lugar dias 27 e 28 do corrente tem como objetivos:

1. Negociação imediata do Acordo de Empresa para 2020;

2. Aumentos salariais de 90 euros para todos os trabalhadores, com efeitos a 1.1.2020;

3. Redução do horário de trabalho para as 35 horas semanais;

4. Pagamento do subsídio de risco de 7%;

5. Pagamento do trabalho prestado ao sábado e domingo com um acréscimo de 1 euro por cada hora prestada;

6. Atualização do subsídio de refeição para 5,10 euros;

7. Criação de um regime de diuturnidades, a vencer de 4 em 4 anos, no valor de 20 euros cada;

8. Atribuição de uma compensação extraordinária para os que também estiveram na linha da frente contra a pandemia Covid-19 sejam compensados;

9. Criação de um complemento de doença e de acidente de trabalho;

10. Realização dos testes de despistarem da Covid-19 a todos os trabalhadores;

11. Reforço do quadro de pessoal, contra os ritmos intensos de trabalho, por melhores condições de vida e de trabalho.

Lisboa, 13 de agosto de 2020