Contra a continuação do lay-off na Rodoviária do Alentejo

Iportalegre rodoviária alentejoPor iniciativa da União dos Sindicatos do Norte Alentejano e do STRUP - Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal, decorreu na tarde desta sexta-feira, junto à Rodoviária, em Portalegre, com a participação da Secretária Geral da CGTP-IN, Isabel Camarinha, uma Tribuna Pública contra a continuação do lay-off na Rodoviária do Alentejo e a consequente redução dos salários dos trabalhadores, a supressão de carreiras e a diminuição da já reduzida oferta de transporte público rodoviário no distrito.

Os contornos e objectivos desta iniciativa tinham sido anunciados numa Nota à Comunicação Social da União dos Sindicatos do Norte Alentejano:

Rodoviária do Alentejo comunica intenção de prolongar a situação de lay-off por 1 ano, a partir de 1 de Agosto de 2020

A Rodoviária do Alentejo, que na sequência da pandemia, havia já reduzido e suprimido carreiras no distrito de Portalegre, informou, nos termos da lei, a estrutura sindical que representa os trabalhadores do sector, o STRUP - Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal, a intenção de prolongar o lay-off por 1 ano a partir de 1 de Agosto deste ano.

De notar que também a Rede Expressos se encontra em lay-off tendo reduzido de 10 para 2 os expressos diários do distrito de Portalegre.

A União dos Sindicatos do Norte Alentejano/ CGTP-IN considera esta situação inaceitável. A cada dia que passa o distrito de Portalegre está mais isolado. Populações inteiras ficaram sem a possibilidade de aceder a serviços fundamentais que ao longo de vários anos foram sendo encerrados nas suas freguesias e centralizados nas sedes dos concelhos e em alguns casos até desses locais desapareceram. Trabalhadores que ficaram sem meios de deslocação para os seus locais de trabalho. Muitos trabalhadores que vieram residir na nossa região ajudando a combater o despovoamento vêm-se agora sem a possibilidade de fazer as suas pontuais deslocações às sedes das suas empresas em Lisboa. São vários os exemplos de constrangimentos criados à população do Norte Alentejano pela redução e supressão de carreiras rodoviárias de transporte.

A USNA/CGTP-IN acompanha a posição já manifestada pela FECTRANS - Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações, que constata que “apesar dos apoios previstos no Orçamento do Estado suplementar, os patrões privados continuam sem repor o serviço que o País precisa, com isto, são prejudicados os trabalhadores e os utentes. O patronato do sector privado de passageiros tem a mesma estratégia de prolongar as situações de “lay-off” e com isso milhares de trabalhadores ficam num quadro de incerteza quanto ao futuro, o País em termos regionais está nesta altura sem transporte rodoviário de passageiros, o que demonstra que Portugal precisa de uma empresa pública neste sector.”

Ainda que, o governo não possa ser um mero espectador e tenha que intervir legalmente para devolver aos cidadãos um serviço a que têm direito e com isso fazer com que os trabalhadores reocupem com todos os direitos, os seus postos de trabalho, este continua a defender que são os municípios as autoridades de transporte. Assim, a USNA/CGTP-IN e o STRUP solicitaram já uma reunião à CIMAA – Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo, para perceber que medidas estão a ser equacionadas para devolver às populações do Norte Alentejano o seu direito à mobilidade.